Ovário-histerectomia em cadelas
Atualizado: 2 de jul. de 2021
Nome: Caroline Souza Lanza
A ovário-histerectomia (OH) ou ovário-salpingo-histerctomia (OSH) é o procedimento de remoção cirúrgica dos ovários e útero, também conhecido como castração.
A castração em cadelas pode ser indicada com os objetivos de prevenção do estro, controle populacional, prevenção de câncer de mama, prevenção ou tratamento de distúrbios uterinos como piometra, mucometra, hidrometra, metrite, cistos, neoplasias uterinas, ovarianas e/ou vaginais, traumas, torções, prolapsos uterinos, subinvolução de sítios placentários, prolapso vaginal, hiperplasia vaginal, controle de algumas anormalidades endócrinas (diabetes e epilepsia) e dermatoses (sarna demodécica generalizada).
Para prevenção de tumores de mama a OH deve ser realizada no máximo até dois anos e meio de idade do animal, após esse período a proteção conferida pela castração desaparece. A castração realizada antes do primeiro estro reduz o risco de desenvolvimento da neoplasia mamaria para 0,5%; este risco aumenta significativamente nas fêmeas esterilizadas após o primeiro ciclo estral (8,0%) e mais ainda após o segundo ciclo (26%) por isso, nesse caso, recomenda-se que a cirurgia seja realizada entre o primeiro e o segundo cio do animal.
Para as demais patologias citadas a OH pode ser realizada em qualquer fase da vida do animal inclusive como tratamento de algumas doenças.
A OH é uma técnica realizada com bastante frequência na rotina clínica veterinária, porém como todo procedimento cirúrgico podem haver algumas complicações como hemorragias, traumas ou ligaduras indesejadas do ureter, resquícios de tecido ovariano na cavidade abdominal, granulomas ou tratos fistulosos no flanco, coxa medial ou região inguinal, deiscência de pontos, infecções, incontinência urinária, dor pós-operatória e aderências de órgãos adjacentes.
A maioria dessas complicações podem ser evitadas utilizando-se uma boa técnica cirúrgica, fios cirúrgicos adequados e de qualidade, assepsia, antissepsia, desinfecção do ambiente cirúrgico, esterilização dos materiais, anestesia adequada e analgesia no pós-operatório. É importante também que as recomendações do receituário pós-operatório sejam seguidas para evitar principalmente deiscência dos pontos, entre essas estão o uso do colar elisabetano e/ou uso de roupa cirúrgica e o cuidado com exercícios intensos nesse período até a cicatrização adequada do local da incisão cirúrgica.
As indicações da castração assim como os seus benefícios e riscos devem ser avaliadas individualmente, para cada animal, e o procedimento deve ser realizado seguindo sempre a recomendação do médico veterinário.
Referências
FANTON, J.W., WITHROW, S.J. Canine mammary neoplasia: anoverview. Califórnia Veterinarian, v.7,p.l2-16, 1981.
FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.